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segunda-feira, 28 de março de 2011

Participe da Coleta da Solidariedade 2011

Um dos gestos concretos propostos pela CF é a Coleta da Solidariedade, que deverá ser feita em todas as dioceses do país no dia 17 de abril. Do total arrecadado, as dioceses destinam 40% para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Os outros 60% ficam nas dioceses, formando o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), para o atendimento a projetos locais. Os recursos arrecadados na Coleta da Solidariedade são destinados prioritariamente a projetos que atendam os objetivos propostos pela CF-2011.

Coleta da Solidariedade
17 de abril

Mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações

 «Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital»

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração mundial instituída pelo Concílio Vaticano II (Decreto «Inter Mirifica», 1963) sendo celebrado na maioria dos países, no Domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes - neste ano, dia 5 de junho.

A mensagem para este dia é publicada, todos os anos, no dia 24 de Janeiro, por se celebrar a memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

Segue, na íntegra, a Mensagem deste ano.

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 45º DIA MUNDIAL
DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital


5 de Junho de 2011

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião do 45o. Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenômeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.

Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.

No mundo digital, transmitir informações significa com freqüência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.

Sobretudo os jovens vivem esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.

As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para refletir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contato virtual não pode nem deve substituir o contato humano direto com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.

Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).

O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atração de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas diretas na transmissão da fé!

Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web contribui para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.

Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.

Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Padres estudam como Evangelizar os Batizados e não Batizados adultos

Acontece entre os dias 21 a 25 de março, um curso de formação sobre o RICA (Rito de Iniciação Cristã de Adultos) com os padres das Dioceses de Campo Maior, Parnaíba e Teresina, assessorado por Padre Antônio Francisco Lelo (presbítero, licenciado em Filosofia e Pedagogia, e doutor pelo Instituto Superior de Liturgia na Faculdade de Teologia de Catalunha (Espanha).

Pe. Evandro (administrador paroquial da Paróquia São Gonçalo), estar presente com o objetivo de colocar em prática a experiência da Iniciação Cristã, como apelo da conferência de Aparecida para as comunidades de nossa paróquia, como resposta aos desafios apresentados pelo mundo pós-moderno globalizado, digitalizado e marcado pelo secularismo e pluralismo cultural e religioso que tem provocado o afastamento da fé e da comunidade eclesial.

O curso tem demonstrado desde o início a urgência da Igreja no Brasil de aprofundar esta “novidade” entre os padres, religiosos e leigos para “reconduzir os batizados na Igreja não suficientemente evangelizados e os não batizados com o objetivo de ajudá-los a tornarem-se cristãos, participantes conscientes do mistério pascal e da comunidade eclesial”.

Por: Pe. Evandro
Foto: Pe. Marcos

quinta-feira, 24 de março de 2011

Servos da Misericórdia lança Blog

Conheça o Grupo de Oração Servos da Misericórdia de Batalha - PI.


O Grupo de Oração Servos da Misericórdia de Batalha - PI pertence à Paróquia de São Gonçalo, sendo um dos mais novos da Diocese de Parnaíba, fundado a menos de um ano.

Os encontros acontecem todos os sábados a partir das 18 horas na Matriz de São Gonçalo, o grupo já possui um blog, onde lá pode-se conhecer mais sobre os SERVOS DA MISERICÓRDIA, é só acessar: http://gruposervosdamisericordia.blogspot.com/

domingo, 13 de março de 2011

A Quaresma

Por Pe. Leonardo de Sales*

Este tempo forte para a Igreja, e, nela, para cada um de nós, é um itinerário de morte e ressurreição. É um caminho de preparação espiritual, feito para vencer a aridez da nossa existência, muitas vezes vivida como um deserto.

Este caminho quaresmal, acompanhado de gestos concretos que ajudam os fieis a se encaminharem rumo à Páscoa, nos insere na dinâmica da Igreja, comunidade de fé que busca viver e se alimentar, em cada celebração eucarística, do grande mistério de Jesus Cristo: sua paixão, morte e ressurreição.


Ao lado das práticas de piedade hebraico-cristã, fomentadas pela Palavra de Deus – a esmola, a oração e o jejum – a Igreja do Brasil busca viver um tema concreto durante a Campanha da Fraternidade, que, este ano, realiza-se de forma ecumênica: “Fraternidade e a vida no Planeta”, cujo lema é: “A criação geme em dores de parto.” (Rm 8, 22).   
A grande dimensão que está em foco no tempo quaresmal é a preparação para a Liturgia Batismal. Sepultados com Jesus Cristo, cada catecúmeno e cada fiel percorrem um caminho de morte e ressurreição. Neste caminho, experimenta-se a libertação do pecado através de uma luta contínua que é animada e alimentada pela certeza do triunfo da vida sobre a morte em Jesus Cristo.

Peregrinamos nesta vida e aguardamos a realização da beata esperança, porque a fé que brota da Páscoa é um apelo dirigido ao futuro, enraizado no passado e solidamente vivido no presente, mediante a efusão do Espírito Santo. Para além dos limites do tempo, a comunidade cristã, que se prepara para celebrar a Páscoa, vive orientada para um advir definitivo, um ponto de chegada que se alcança através de um viver concreto e orientado por Jesus Cristo Ressuscitado, nossa esperança.

A origem da quaresma

“A Páscoa, que desde o começo teve uma tão luminosa irradiação para frente, fazendo dos cinqüenta dias até Pentecostes uma única festa pascal, fez sentir o seu influxo também sobre o tempo que a precedia”, analisa o famoso liturgista Salvatore Marsili (Sinais do Mistério de Cristo, Ed. Paulinas, S. Paulo, 2009, p. 533).
Assim sendo, na 1ª metade do século IV se tem os primeiros sinais de um período pré-pascal destinado a uma preparação espiritual ao grande Mistério da Páscoa. Autores como S. Atanásio, S. Cirilo de Jerusalém e Eusébio de Cesaréia (Oriente); S. Jerônimo, S. Agostinho, S. Ambrósio e Etéria (Ocidente), escreveram a este respeito.

“Da mesma maneira que a quaresma, tempo que precede a festa da Páscoa, é símbolo dos trabalhos e sofrimentos desta vida mortal, assim os dias de alegria que seguem àquela festa são símbolo da vida futura, na qual reinaremos com o Senhor” (S. Agostinho, Sermo 243,8).

Adrien Nocent, respeitável liturgista, destaca quatro fases para o surgimento da Quaresma (in Anámnesis 6, Marietti, Genova, 1988, pp. 151-157): a) no século II havia a prática de 40 horas de jejum antes da Páscoa, estendendo-se a 3 dias; b) no século III se registra em Alexandria a prática de 1 semana de jejum; c) mais adiante, por volta da metade do século IV, surge um jejum de 4 semanas em Roma (3 + a semana pascal/a partir de Ramos); d) tornou-se inevitável a referência aos 40 dias de jejum de Cristo no deserto: “Sejam impostos aos pecadores públicos quarenta dias de jejum durante os quais Cristo jejuou...” (Pedro de Alexandria, ca. 306 d.C., Ep. Canon., cân.1). Assim veio-se a criar 40 dias de preparação (6 semanas), começando na quarta-feira (naquela época já era um dia de jejum). Na 5ª feira-santa se dava a reconciliação dos penitentes, depois de 40 dias.

Para alguns estudiosos a 1ª referência explícita de uma preparação pascal de 40 dias para todos é de Eusébio de Cesaréia, pelo ano 332 d.C.: “Antes da festa, como preparação, submetemo-nos ao exercício da quaresma, imitando o zelo dos santos Moisés e Elias” (De Sollemnitáte Pascháli 2.4.5, in Bernal OP, Jose Manuel, Iniciacion al año litúrgico, Ed. Cristiandad, Madrid, 1984, p. 171). Atanásio de Alexandria seria o autor de outra referência por volta de 334 d.C. (Carta festal 6,13).

Especificamente iniciando na Quarta-feira, encontramos uma referência em S. Máximo de Turim (ca. 465 d.C.). Nesta mesma época, o Sacramentário Gelasiano fala que os fiéis entram em retiro espiritual neste dia, chamado de cáput quadragésimae (n. 29). O costume de receber cinzas se dá a partir do século X (com o Papa Urbano II [+1099] é estendido para todos

E a palavra “Quaresma”?

Ela se encontrava no início de uma frase e passou a denominar um período do ano litúrgico: “Quadragésima die Christus pro nóbis tradétur”, que se traduz assim: “Daqui a 40 dias (no quadragésimo dia) Cristo será entregue por nós”, para a nossa salvação. Quaresma é abreviação de quadragésima. “Quadragésima” está no feminino porque, em latim, “dia” é masculino e feminino. A língua portuguesa manteve a palavra no feminino.

Quaresma é tempo de renovação. Iniciamos um tempo da delicadeza de Deus, que nos convida à experiência da conversão. Nos próximos 40 dias vamos escutar de maneira muito especial e atenta a essa Palavra de Deus para que o nosso coração se abra e viva a transformação que o amor de Deus derrama em nós pela força de sua Palavra amorosa.

O caminho quaresmal na vida da Igreja tem particular importância, porque reavivamos em nós a consciência de que precisamos de conversão. De que a nossa conduta precisa ser marcada pelos valores do Evangelho. É um tempo, pois, de Graça, supõe de nós escuta para trocarmos a nossa conduta.

O número 40...

Designa convencionalmente os anos de uma geração: 40 anos de estadia no deserto (Nm 14,34); de tranqüilidade após a libertação dos juízes (Jz 3,11. 30 etc.); de reinado de Davi (2Sm 5,4). Daí a idéia de um período bastante longo (4 x 10), cuja duração exata pode não ser conhecida: 40 dias e 40 noites para o dilúvio (Gn 7,4); a permanência de Moisés no Sinai (Ex 24,18). Contudo, os 40 dias de viagem de Elias (1Rs 19,8) e do jejum de Cristo (Mc 1,13p) repetem simbolicamente os 40 anos de Israel no deserto (Vocabulário de teologia bíblica, Vozes, Petrópolis, 1999, col. 658).

Então, quem nos ilumina de um modo especial durante estes 40 dias? Responde o Papa:

“Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos da Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é batizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)

É a Palavra de Deus, proclamada e acolhida diariamente pela Igreja, nos diz o Santo Padre. Faça dela o seu alimento quaresmal também, como Jesus no deserto (cf. Lc 4,4. 8.12)!

Com o seu ciclo trienal de leituras dominicais (anos A, B, C), encontramos elementos comuns e específicos a cada ano. Sempre o 1º domingo da Quaresma nos traz o relato das tentações de Jesus. No 2º domingo, a cena é a sua transfiguração. Depois os acentos são diversos: Ano A – tema do Batismo; B – Aliança; C – Penitência e reconciliação.

E as leituras semanais? Os liturgistas identificam três temas principais:
a) a conversão e o culto interior; b) o perdão divino relacionado ao nosso perdão; c) a renovação pessoal e o dom da vida, frutos da Páscoa.

Ano A – São Mateus – O itinerário litúrgico-catequético – O acento é o Batismo
 
I domingo -13 de março

“O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição de homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Ef 6, 12), no qual o diabo é ativo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)

II domingo -20 de março

“O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)

III domingo -27 de março

“O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)

IV domingo - 03 de abril

“O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz».” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)

V domingo -10 de abril

“Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês tu isto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.” (Papa Bento XVI, mensagem para a Quaresma de 2011.)
Assim, podemos fazer um caminho com cinco paradas:

1.    O DESERTO - As nossas tentações. Lugar de aridez, de enfrentamentos, de escassez, limites,lugar onde  nada parece florir, lugar transitório.
2.    O MONTE – Lugar da glória, das dúvidas, do comodismo, lugar do nosso futuro, a escuta aos apelos de Deus.
3.    O POÇO- A nossa sede, nossas mentiras, nossos desejos, as nossas inquietações, mistérios, infidelidades,
4.    O CAMINHO DE LUZ- As nossas cegueiras, nosso desejo de milagres, a nossa fé, os lugares obscuros de nossa vida.
5.    A CASA DE LÁZARO – A dor, os limites, o nosso limite dó, as doenças, o corpo, a auto-aceitação, as perdas, as lágrimas, o nosso odor.

Quaresma e Batismo – um vínculo particular

“Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De fato, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8, 11). Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência.” (Papa Bento XVI, mensagem para a quaresma de 2011.)

O que fazer durante a quaresma?

O que a esmola prepara, a oração fortalece e o jejum confirma ou como diz São Pedro Crisólogo: “O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia o recebe” (Sermo 43: PL 52,320.322 – Terça-feira da 3ª Semana da Quaresma, em Liturgia das Horas – vol. II, pp. 204-206).
Pelo jejum, o desprendimento acontece, não só do que é supérfluo, mas até mesmo do que se julga necessário, a fim de favorecer o irmão mais necessitado. Quem se dispõe a jejuar deve se dispor, igualmente, a fazer chegar à mesa do necessitado o fruto da sua renúncia. Este jejum agrada a Deus, porque está repleto de justiça social (cf. Is 58,5-6).   
Estes três gestos penitenciais aceitos como válidos por Jesus, mas por ele redimensionados quanto à sua justa prática, irão nos acompanhar ao longo do Tempo da Quaresma, pois neles reside uma boa forma de nos purificarmos e experimentarmos a conversão que toca o coração de Deus.   
Animados por estes gestos penitenciais, aproximamo-nos de Deus com um coração contrito e humilhado, tendo por certo, como rezado no Salmo 50, de encontrar a sua misericórdia, que cria em nós um coração puro e disposto para aceitar a sua salvação. O que encontramos no Salmo 50 tem muito a ver com a solene profissão de fé de Jl 2,12, que interpreta e atualiza a confissão de Ex 34,6.

Conclusão

O tempo da Quaresma é tempo de conversão para que cada um se confrontando com a Palavra Santa de Deus possa de verdade compreender sua postura e definir seus gestos e palavras na direção dos valores do Evangelho. Sobretudo, derrubar o orgulho que muitas vezes nos leva a pensar que estamos certos, quando estamos errados, que estamos sentindo, falando de maneira equivocada, quando não estamos convictos de que nós estamos na direção certa.
Ao referir-se à esmola o Senhor toca em todos nós, não se trata simplesmente de dar qualquer coisa a quem precisa, mas antes de qualquer coisa de ter coração misericordioso e capaz de perdoar, de refazer laços, de repartir aquilo que se tem, não apenas o supérfluo, mas aquilo que falta àqueles que precisam mais, e é preciso fazer isto de maneira muito humilde, o Senhor recomenda. Para dizer que essa é a nossa obrigação, é na verdade o sustento de nossa vida. Não para se mostrar naquilo que faz, mas exatamente viver a alegria de partilhar a vida. Quem partilha sua vida no que é e no que tem, cresce e dobra o que é e o que tem em valor e significação. Esmola, Jejum e Oração, marquem o caminho de nossa conduta neste tempo de conversão. Há muito que precisamos pensar refletir e viver como experiência de mudanças de nós.
Que Deus abençoe a todos neste caminho quaresmal, neste retiro de toda a Igreja!

Pe. Leonardo de Sales, batalhense, é padre da diocese de Lins, interior de São Paulo, e atualmente é mestrando em Teologia bíblica, na capital paulista.

sábado, 12 de março de 2011

I Festival do Senhor

Realizou-se na última terça-feira, 08 de março, no Ginásio Municipal Dedila Melo, o Primeiro Festival do Senhor, organizado pela RCC de Batalha, Grupo de Oração "Servos da Misericórdia", em comunhão com a Renovação Carismática Católica do Brasil.

Com o Tema "Animados por Tua Palavra, Lançaremos as Redes" Lc 5,5.

Com muito louvor, oração, pregação e adoração.

Contamos com a presença do nosso sacerdote Pe. Evandro que nos abençoou com o Santíssimo Sacramento.

As pregações foram realizadas pela nossa irmã Fátima de Pedro II.

Louvamos e Bendizemos o Senhor por nos ter dado essa oportunidade de proporcionar aos nossos irmãos uma festa "diferente" com a verdadeira paz e alegria que só encontramos em Jesus Cristo.

Agradecemos a todos que contribuiram para que esse evento acontecesse.
Confira mais fotos do I Festival do Senhor clicando AQUI.
Por: Manoel (RCC-Batalha)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Livro do papa diz que judeus não têm culpa pela morte de Cristo

O novo livro do papa Bento 16, intitulado "Semana Santa: Da entrada a Jerusalém até a Ressurreição", teve alguns trechos divulgados nesta quarta-feira pela Livraria Editora Vaticana, a oito dias da data do lançamento. Neles, o pontífice exime pessoalmente os judeus das acusações de que foram responsáveis pela morte de Jesus Cristo, repudiando o conceito de culpa coletiva que tem assombrado há séculos as relações entre cristãos e judeus.

O papa faz a complexa avaliação teológica e bíblica numa seção do segundo volume do livro "Jesus de Nazaré", que será publicado na semana que vem.

A Igreja Católica Romana oficialmente repudiou a ideia da culpa coletiva judaica pela morte de Cristo em um importante documento produzido pelo Segundo Concílio do Vaticano em 1965.

Acredita-se que seja a primeira vez que um papa tenha feito uma análise tão detalhada e uma comparação entre os vários relatos do Novo Testamento sobre a condenação de Jesus à morte pelo governador romano Pôncio Pilatos.

"Agora precisamos perguntar: quais foram exatamente os acusadores de Jesus?", questiona o papa, acrescentando que o Evangelho de São João diz apenas que foram "os judeus".

"Mas o uso dessa expressão por João não indica de forma alguma --como o leitor moderno poderá supor-- o povo de Israel em geral, menos ainda tem um caráter 'racista'", escreve ele.

"Afinal, o próprio João era etnicamente judeu, assim como Jesus e todos os seus seguidores. A comunidade cristã antiga inteira era formada por judeus", escreve ele.

Bento 16 diz que a referência era à "aristocracia do Templo", que queria Jesus condenado à morte porque ele havia se declarado rei dos judeus e violara a lei religiosa judaica.

Ele conclui que o "grupo real de acusadores" foram as autoridades do Templo e não todos os judeus da época.

Elan Steinberg, vice-presidente da Reunião Americana de Sobreviventes do Holocausto e de seus Descendentes, saudou as palavras do papa.

"Esse é um avanço importante. É o repúdio pessoal ao fundamento teológico de séculos de antissemitismo", disse à agência de notícias Reuters.

OUTROS TRECHOS

Entre os temas antecipados, o papa discorre sobre a paz mundial, alegando que uma "potência militar, sozinha, não pode estabelecer nenhuma paz, pois esta se fundamenta na justiça". "A humanidade estará sempre diante da alternativa: dizer 'sim' ao Deus que trabalha apenas com o poder da verdade e do amor, ou contar sobre o concreto, sobre aquilo que está à mão, sobre a violência", escreveu Bento 16.

O líder máximo da Igreja Católica trata também sobre a impossibilidade da ciência responder sobre todas as questões sobre o homem. Para o autor, a ciência permitiu a leitura do "código genético do homem", mas não "a linguagem interna do homem", a sua "verdade 'mais' profunda".

O Pontífice pondera que, "como homens modernos, nos tentamos a dizer que, 'graças à ciência, para nós a criação tornou-se decifrável'". "Na verdade, na grandiosa matemática da criação, que hoje podemos ler no código genético do homem, percebemos a linguagem de Deus. Mas, infelizmente não a linguagem inteira", afirma ele no livro.

"A verdade funcional do homem tornou-se visível. Mas a verdade sobre ele mesmo --sobre o que ele é, de onde vem, por qual motivo existe, se é bom ou mau-- estas, infelizmente, não podem ser lidas do mesmo modo", assegura o Santo Padre.

O livro, de 348 páginas, será lançado em sete línguas: alemão, italiano, inglês, espanhol, francês, português e polonês. Este é o segundo volume da obra "Jesus de Nazaré" e será lançado quatro anos após a publicação do primeiro volume, em abril de 2007.

No novo livro, Bento 16 reflete sobre os eventos da Páscoa, da morte à ressurreição de Cristo.

Fonte: Folha.com

quinta-feira, 10 de março de 2011

III Retiro de Oração da Região das Farinhadas

Aconteceu na Região das Farinhadas dos dias 4 a 6 de março o III Terceiro Retiro de Oração nas Localidades Patizal, Baixa do Cedro e Imbirbas com a participação fervorosa de várias pessoas daquela região. A abertura contou com a presença do nosso Administrador Paroquial, Pe. Evandro que abordou a palestra sobre o que é Evangelizar.

Aconteceram outras palestras: Viver, conviver e saber superar; A participação da Família na Igreja (proferida pelo casal Max e Juliana do EMM).

As irmãs Filhas de Sant’Ana estiveram presente dando seu testemunho de comunhão e vida cristã e favorecendo um ponto alto do Retiro com a Adoração ao SSmo. Sacramento.

O retiro foi enriquecido com  o estudo do Evangelho, dramatizações e muita animação, tudo em sintonia com as Santas Missões Populares.

Por: Pe. Evandro e Walder Miranda.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Programação do I Festival do Senhor

 
TERÇA FEIRA, 08 DE MARÇO DE 2011
Local: U. E. Dedila Melo

PROGRAMAÇÃO

14h – Santo Terço
14h 30min – Louvor e animação
15h – PREGAÇÃO
15h 50min – Intervalo
16h – Louvor e animação
16h 30min – PREGAÇÃO
17h 30min – Intervalo
19h – Louvor e animação
19h 30min – PREGAÇÃO
20h 30min – ADORAÇÃO

REALIZAÇÃO:
Renovação Carismática Católica
Paróquia de São Gonçao
Batalha - PI

I Festival do Senhor



"Animados por Tua Palavra
lançaremos as redes"

Data: 08 de março de 2011
Local: U. E. Dedila Melo
Horário: 14:00 Horas.

Animação  -  Louvor  -  Oração


Organização:

Grupo de Oração 
"Servos da Misericórdia"

Renovação Carismática Católica
Paróquia de São Gonçalo
Batalha - PI

Concílio Vaticano II: Um jovem de 45 anos!

Por Pe. Leonardo de Sales.

Há quarenta e cinco anos, no dia 8 de dezembro de 1965, se dava na Basílica de São Pedro na cidade eterna, Roma, a clausura desse magno evento eclesial do século passado: o Concílio Ecumênico Vaticano II. Este acontecimento merece a atenção da comunidade eclesial e da reflexão teológica. Estamos, pois, comemorando 45 anos desse grande acontecimento sobre o qual nem a Igreja nem a Teologia podem cometer o pecado de silenciar. Tal comemoração justifica o destaque que lhe é dado neste número do nosso jornal diocesano o “Informando”. A pedido do seu editor, o seminarista Rômerson de S. Almeida, apresento aos leitores este artigo.

Numa perspectiva histórica ampla, quarenta e cinco anos é tempo irrisório, pelo horizonte limitado que apresenta. E, contudo, foram quatro décadas e meia, decisivas para captar a significação do Vaticano II como acontecimento eclesial. Tempo da primeira recepção. Tempo necessário para que o impacto inicial do Concílio pudesse repercutir na comunidade eclesial, fosse assimilado, e operasse aos poucos a indispensável reorganização da vida da Igreja em todas as suas dimensões. Por isso mesmo, período de tensões entre o velho e o novo. Tempo suficiente também para revelar as resistências que sua recepção iria encontrar. E, desde modo, momento crítico para o que poderá ser o futuro do Vaticano II.

Não é este o lugar de fazer um balanço do que foi essa primeira recepção. A história nos ensina como são delicados e importantes os tempos que seguem a todo Concílio. Delicados porque neles está em jogo não só a “aplicação” de alguns decretos e conclusões, mas a “assimilação” de um modo de ser novo. E importantes porque neles se decide, através de tensões e confrontos, o destino de um Concílio e o que significará no futuro da vida eclesial. Das formas mais diversas, todo Concílio é um confronto entre duas maneiras de entender o cristianismo. E o Vaticano II não foi exceção. O confronto entre duas eclesiologias poderia ser entendido igualmente ao confronto entre duas concepções da revelação, duas maneiras de entender a tradição, a liturgia, etc. e, finalmente, duas maneiras de entender a relação entre a Igreja e o mundo. O fato de o Concílio não se ter expressado em decretos e declarações dogmáticas torna mais evidente esse confronto. Por isso, a recepção do Vaticano II – como toda recepção – não é uma mera questão jurídica, mas um problema teológico; questão de ‘espírito” e do “Espírito”.

As tensões dos primeiros tempos pós-conciliares são inevitáveis e exigem muito discernimento. Porque nem sempre têm a sua origem no Concílio. É o caso do Vaticano II. Muito cedo as dificuldades, que foram surgindo depois do Concílio, foram atribuídas ao Concílio. Mas só uma memória muito curta poderia culpabilizar o Concílio por uma “crise” que tinha as suas causas muito antes e em muitos lugares, mesmo que ficássemos só no âmbito intra-eclesial. Desde a crise modernista até as resistências ao ecumenismo, passando pelo problema dos padres operários, a “nouvelle théologie” (a nova teologia) e as dificuldades enfrentadas pelo movimento bíblico e litúrgico, a Igreja pré-conciliar viveu de sobressalto em sobressalto. Por isso, identificar o pós-Concílio com a crise é idealizar o pré-Concílio como um tempo de serenidade que nunca existiu.

Parece cada vez mais claro que a intenção de João XXIII ao convocar o Concílio era reconciliar a Igreja com o mundo moderno, ou seja, pensar aquele “presente” à luz da grande Tradição e do Evangelho. O que implicitamente significava uma tomada de posição com relação ao domínio absoluto da “pequena tradição”, mesmo várias vezes centenária. Só uma lúcida sintonia da assembléia conciliar com essa proposta pode explicar os rumos inesperados do Concílio diante do que eram os projetos das comissões preparatórias.

Um juízo histórico mais sereno e objetivo é condição indispensável para reconhecermos que esse foi o objetivo do Vaticano II. Quarenta e cinco anos depois, num horizonte religioso, social e cultural profundamente diferente, é-nós, talvez, mais fácil superar a tentação de ver no Concílio a origem de todos os males. Só assim poderemos recuperar a sua “memória” verdadeira e assumir responsavelmente o seu legado. Sem cair na sutil tentação de domesticá-lo. E muito menos de esvaziar abertamente o seu “espírito”. Estaríamos trabalhando assim para que o que Yves Congar chamou a “re-recepção” do Concílio, ou seja, uma “segunda recepção”.

Segunda recepção porque ela se faz num outro contexto, sob outra luz e diante de outros desafios. Mas ela pressupõe que exista inegavelmente um “espírito” do Concílio. Espírito que certamente não se esgota na letra, nem pode ser deixado à arbitrariedade das interpretações subjetivas, com também não pode ser reivindicado em exclusividade por uma única interpretação autoritátiva. Esse “espírito” deve ser buscado na totalidade do acontecimento conciliar: desde o anúncio de João XXIII, e o que eram as suas preocupações, até a primavera pentecostal que foi o seu resultado final, passando pelas tensões e confrontos através de tudo isso que o Espírito se foi manifestando. Nessa totalidade e em cada um dos documentos deve ser resgatado esse “espírito”.

E onde há espírito há dinamismo. O Concílio não pode ser lido como um depósito de verdades, como um “tesário” de frases com as quais tudo pode ser provado. Aos moldes dos manuais antigos de doutrina. O espírito do Concílio exige que ele seja interpretado de maneira aberta. E a direção dessa abertura nós é dada pelo que foi a intenção do Concílio, pelo que ele quis ser e fazer, pelo que ele de fato mudou.

O Pe. Oscar Beozzo, historiador de renome, que é do nosso clero de Lins, nos diz sobre a produção do Concílio: foram aprovados 16 documentos conciliares, entre constituições (quatro), decretos (nove) e declarações (três).

O Concílio foi uma verdadeira “revolução copernicana”, pela qual se abandonava uma concepção de revelação, como depósito fixo e imutável de verdades, para uma concepção hermêneutica, que ousava interpretá-la para o homem e a mulher de hoje levando em conta as suas experiências mais significativas. É dentro dessa mudança de perspectiva que se opera a transformação da chamada “minoria” conciliar em “maioria”. E, por outro lado, a resistência que encontraria esse “novo espírito”.

Por isso, o Concílio foi tão desconcertante para muitos. Ao se apresentar como “pastoral”, ele apontava para o que estava em jogo: não o combate de quaisquer heresias, nem uma tomada de posição num debate dogmático, mas um modelo de catolicismo, o tridentino, com tudo o que ele significava, tanto para a vida interna da Igreja como para as suas relações com o mundo. E esse foi de fato o cerne da questão nestes quarenta e cinco anos pós-conciliares. Como é também o desafio que se apresenta nesta segunda recepção.

Quarenta e cinco anos de Concílio. É pouco mais do que o tempo de duas gerações. Mas ele envolve, de maneira diferente, três gerações. Lentamente vai saindo de cena a geração dos protagonistas, dos que viveram por dentro o acontecimento. E, com ela, o aspecto agônico do Concílio, as marcas do confronto entre duas mentalidades que ficaram inscritas nos textos e se fizeram sentir também no tempo pós-conciliar. A herança do Concílio passa cada vez mais às mãos daqueles que foram testemunhas admiradas do dinamismo que aquele sopro do Espírito despertou na Igreja. É a geração dos que sabem por experiência em que consistiu a virada epocal do Concílio. E, por isso, poderíamos dizer, a geração que o pôs em prática e a que mais sentiu as tensões pós-conciliares, para os quais o Vaticano II é, sobretudo um fato do passado.

Há ainda uma geração dos que desconhecem com freqüência o Vaticano II e, de qualquer forma, o tem como in-significante. Por que se preocupariam em saber o que está em jogo com a sua recepção? Como todos os “pós”, vivem de resultados por outros conquistados e de valores pelos quais nunca lutaram.

O momento histórico e eclesial que vivemos exige de nós uma segunda recepção do Vaticano II. Ele se nos apresenta como a maneira responsável de recolher e levar adiante o legado do Concílio. As novas gerações, às quais é confiada esta tradição, representam a consciência viva da comunidade eclesial, com as suas exigências e expectativas. Essa é uma das condições de uma autêntica recepção. Mas ela pressupõe que se resgate a “memória” integral do que foi e quis ser o Concílio como acontecimento do Espírito de Deus. Porque tal memória é a condição indispensável para que a transmissão não seja traição ao “espírito”.

À nossa geração de pós-conciliares cabe a árdua tarefa de nos apropriarmos com responsabilidade e zelo do que quis significar o evento do Vaticano II. Lavar até as últimas conseqüências esta conquista significará para a nossa geração: tomar consciência do que poderíamos chamar a nova “condição cristã” no mundo; elaborar uma teologia e uma espiritualidade conseqüentes, capazes de sustentá-la, e criar e pôr em prática um conjunto de estruturas coerentes nas quais possa ser  traduzida essa nova vida.

Daí podemos concluir, sobretudo, para nós que vivemos o sacerdócio ministerial, de que o sacerdócio não pode ser reduzido só aos aspectos funcionais. O sacerdote que tem consciência de ser ministro de Cristo e da Igreja saberá encontrar na oração, no estudo e na leitura espiritual a força necessária para não transformar a caridade pastoral em simples funcionalismo. Aqui se aplica aquele famoso tripé: oração – estudo – ação.

A nova recepção do Concílio exige que ele seja tomado na sua totalidade do que foi o seu objetivo e do que quis ser a obra por ele deixada. Em nossas mãos está torná-la vida.

Parabéns Vaticano II pela juventude dos seus 45 anos!

Vila Kolping Festeja São José


Festejos a São José
09 a 19 de Março de 2011

Tema:
“SEJAMOS MISSIONÁRIOS E DEFENSORES
DA VIDA NO PLANETA”

Vila Kolping – Setor São José
Paróquia de São Gonçalo
Batalha - PI

CONVITE

Ser Missionário é dedicar-se em levar a palavra de Cristo a todas as pessoas onde elas estiverem e precisarem. Ser Missionário é comprometer-se com a preservação e a defesa da vida e do Meio Ambiente.

A Vila Kolping e todo o setor São José, faz um convite muito especial a todos  para participar dos Festejos a São José no período de 09 a 19 de março de 2011 a realizar-se na Capela de São José na Vila Kolping. 

Venha participar desse momento especial em que teremos a oportunidade de refletir o tema “Sejamos Missionários e Defensores da Vida no Planeta”
São José é Exemplo de uma vida dedicada à vontade de Deus com obediência, simplicidade, pureza de coração e acima de tudo sendo fiel. Sigamos, pois o seu exemplo e nos dediquemos em fazer tudo o que o seu amado filho Jesus Cristo espera dos Cristãos nos dedicando ao projeto divino em defesa da   VIDA.
   
Abraços Fraternos,

Conselho Pastoral Comunitário da Vila Kolping

PROGRAMAÇÃO


Dia 09/03/11 – Quarta feira:  Levante do Mastro
5:00 H – Café comunitário de abertura do festejo em frente a Capelinha de São José na Vila Kolping.
Juízes da Bandeira: Clarindo Lustosa Machado ( BODÓ).
Animadores do B.  Pedra do Letreiro
Conselho Pastoral Comunitário  Vila Kolping
16: 30 H – Saída da Bandeira de frente da casa do Sr. “Bodó” na Pedra do Letreiro

Dia 10/03/11 – Quinta feira:
Noitários: Mini setor João Leandro, Setor Santa Rosa de Lima, Catequese, Crismandos,  Pastoral da Criança e Infância e Adolescência Missionária.

Dia 11/03/11 – Sexta feira:
Noitários: Mini setor Antonio Pedro de Almeida e Regino Queiroz, Setor São Gonçalo, Apostolado da Oração, Irmãs Filhas de Santana e Ministros Extraordinários da Eucaristia.

Dia 12/03/11 – Sábado:
Noitários: Mini setor Dona Hilda, PSF da vila Kolping, Setor Santa Luzia, Grupo de Coroinhas Cântaros, Pastoral do Dízimo,  A voz da Pororoca.

Dia 13/03/11 – Domingo:
Noitários: Mini Setor Jovita Costa, N. Sra. de Nazaré, Pastoral da Juventude, Vilense Esporte Clube, Unidade Escolar “Aluísio Craveiro.”

Dia 14/03/11 – Segunda Feira:
Noitários: Mini Setor Vila II, Setor São Francisco, Comunidade Kolping, Secretaria do Meio Ambiente.

Dia 15/03/11 – Terça feira:
Noitários: Mini Setor Lagoa, Setor São Tiago, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Pastoral da Família, Encontro Matrimonial Mundial.

Dia 16/03/11 – Quarta Feira:
Noitários: Pedra do Letreiro, Rádio FM São Francisco, Clube da Terceira Idade Diva Nina, Grupo  de Oração da Renovação Carismática Católica.

Dia 17/03/11 - Quinta Feira:
Noitários: Associação de Moradores da Vila Kolping, Setor Nossa Senhora da Boa Esperança, Pastoral do Batismo, Comerciantes.

Dia 18/03/11 – Sexta- Feira:
Noitários: Vila I, Apostolado da Mãe Rainha, Todos os José e Maria José, Carpinteiros, Comunidade Aposento.

Dia 19/03/11 Sábado:
Dia da festa de São José
16:00 hs – Procissão.
18: 00 hs – Santa Missa

LEMBRETES IMPORTANTES

Diariamente Haverá:
  • 12:00 hs – Adoração ao santíssimo
  • 18:30 hs – Novena a São José.
  • 19:00 hs – Celebração da Palavra ou Santa Missa.
>> Os Leilões serão por conta dos Noitários.